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Perto e distante ao mesmo tempo.

  • Foto do escritor: TalkFofoca
    TalkFofoca
  • 24 de fev.
  • 3 min de leitura


Desde 2014 permaneço levando a vida como sempre e cada vez mais me desinteresso pelo famigerado relacionamento monogâmico, ou qualquer tipo de relacionamento afetivo. Muitas coisas mudaram de lá para cá, com avanço tecnológico ficou mais “rápido e fácil” a comunicação com algum voluntário ao teste, mesmo crescendo nesse mundo que vive atualizando a cada segundo, pouco me sinto pertencer a essa era.


Você já deve com certeza ter usado ou fuçado o Tinder, o aplicativo de namoro mais popular da minha geração, que muito provavelmente eu devo estar desatualizado das maneiras com quais os milenares de hoje usam para paquerar. Mas com ele há várias possibilidades e simples seu uso que ficou famoso termo “match” como marca do aplicativo para conseguir seu parceiro. Se não estiver familiarizado com ele, explico que no aplicativo suas fotos vão fazer toda a diferença e uma breve descrição do perfil, que muitas vezes me tirou o riso por tanta criatividade ou exposição social, é onde tiro meu proveito para refletir sobre os motivos para viver na era errada. Como mencionei, as fotos vão contar muito sobre você arrastar o perfil para a direita indicando possível “match” e se a pessoa corresponder ao visualizar seu perfil, também direcionando para a direita, pronto… Que de certa forma até em uma situação ocasional real é muito válida, pois escolhemos nossos parceiros primeiro pela aparência. A magia está completa, agora os dois podem ser direcionados para uma página de conversa e dali para o infinito. Há relatos de vários casais que se conheceram pelo Tinder, mas essa prática está longe de ser única, dos primórdios da internet, Facebook, Orkut, MSN, chat do site UOL, ou coisas mais antigas já nos conectavam com outra pessoa. 



Me faz pensar que desses aplicativos de namoro não há realmente uma conexão, o olhar para uma foto nunca será o mesmo que o olhar diretamente para a pessoa ali em sua frente, a conversa e seu ritmo totalmente diferente em níveis de interpretação, interação a resposta imediata ou tardia. No que deveríamos ter o “match” próprio dito em sua tradução: “corresponder” ou ser correspondido de forma mútua, o que recebemos são conversas frias, pouco introvertidas e sem direcionamento. Pode ser que se tenha um pouco de ignorância das maneiras de usar a ferramenta, mas o que leva as pessoas a criarem conteúdo ensinando a maneira “correta” se iniciar uma conversa por esses aplicativos? Será que perdemos o jeito de nos comunicarmos? O que um homem prefere em uma conversa? O que uma mulher acha atraente e interessante em uma mensagem? Sinceramente sou das pessoas que preferem aprender o que cada pessoa prefere sozinho, ou trocar essas experiências com os amigos, porque querendo ou não é uma forma de avaliar o que eles fazem que dá certo ou é fora do seu conduto ético. 


Certa vez, em uma das minhas grandes aventuras noturnas pela capital paulista, me deixei reparar o quanto meus amigos deixam de interagir para ir para a tela do celular. Indo para um show pelo transporte público, pouco se falava ou tínhamos assunto para pôr sobre os dias passados, novidades, acontecimentos e expectativas, mesmo em assentos próximos um dos outros estávamos cada um em um mundo próprio e distantes. Era cada um em seu celular ou a cada momento respondendo alguma mensagem, ou interação, muito comum nesse meio em que vivemos atualmente. Meu descontentamento foi tanto que cada vez me distancio mais das pessoas e cada vez menos tenho interesse em redes sociais e a cada vez fico mais propenso na vida solitária. 


Essa falta de comunicação interpessoal me faz querer voltar no tempo onde o celular era coisa de luxo e quase ninguém tinha. Em minha adolescência era comum receber carta, bilhete, ou alguém avisar que tinha interesse, ou ir para um lugar, parque, show, feira, cinema, teatro e ter uma interação nova com um totalmente desconhecido só por aquele momento, que é a chave para essa questão. Onde está a interação das pessoas se não é a tela do seu celular? Cadê a curiosidade de não conhecer nada de pessoa e ter aquela conexão única momentânea ou até o desconforto de ser o momento errado de tomar a iniciativa. 



Se nesses quase 11 anos me falta interesse, o que não falta são tentativas, na busca intermitente de encontrar alguém que assim como eu tenha as mesmas necessidades de largar um pouco esse mundo digital e se conhecer através da conversa olho no olho, mostrando interesse e curiosidade. Que de fato minhas esperanças são poucas, pois a cada ano que passa mais pessoas são propensas a comprar cursos para diálogos digitais ou formas de conquistar alguém. Para essas coisas, meus amigos não têm forma mais encantadora do que desbloquear sozinho, pois você aprende errando, ou continua tentando… Por enquanto eu continuo… Sozinho.



Texto: Fernando Caffé

 
 
 

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